terça-feira, 17 de novembro de 2009
Eu sei que não é ele, mas isso não faz com que eu o deixe pra trás, por ora temporariamente, mas de repente acaba voltando. Respiro aliviada e sugo o máximo dele, pra ter a certeza absoluta de que não é ele. Não sonhei e nem quero passar minha vida ao lado dele, não me imagino grávida, muito menos envelhecer com ele. Definitivamente, não é ele. E lá vem me falar pela trigésima vez que você vai acabar sozinho e não deve nada a ninguém. E lá vem com o olhar que eu já conheço, com gestos de carinho e depois eu tenho que fingir que não percebi. E eu me digo que não é ele. Porque, se fosse, eu saberia, tenho certeza. Eu gosto de como ele se empresta para a minha vontade de sentir de novo. Eu gosto da maneira de como ele me diverte a qualquer hora! Absurdamente animado com milhões de coisas que ele quer contar ao mesmo tempo. Quando quer dizer alguma coisa e essa coisa não sai. Mas isso tudo é escondido pelos olhos, mas que eu conheço bem, decifro bem, muito bem! Ele vai, voa..mas sempre volta, tento transformá-lo em qualquer coisa na minha vida, não merece um troféu de extrema importância, mas procuro encaixá-lo em algum espaço, nem que seja pela madrugada. Eu gosto de dele porque são tantos milhões de coisas que ele sabe, horas assumindo que sim só pra me irritar, horas fingindo não saber. É tanto que dá preguiça. Então eu gosto dele, de novo, porque não falamos nada do que acontece fora de nós dois, dos intervalos que não estamos juntos. E eu juro nunca mais acontecer e quando vejo já aconteceu. É bonitinho o jeito dele quando começa a falar alguma coisa e depois se arrepender, ou me chamar de apelidos carinhosos, e depois se arrepende, pra se mostrar durão, mas de tudo a gente ri. Bonitinho fazer minha vigília me vendo pegando o caminho de volta pra casa, olhando em pé na calçada, encostado no poste com uma vontade que eu não vá que dá até vontade de voltar. Estou com a sensação do errado, mas não tem motivo pra ser, não deve parecer errado, não é de hoje e nunca foi errado. Nada nos impede e eu não consigo me livrar desse sentimento de culpa, mas você faz tudo voltar pro seu lugar! E meu carro, tudo se encaixa e que eu adoro ver contigo o dia amanhecer e o sono não vem. Eu sou uma criança que nunca deixa de brincar com os velhos brinquedos. E eu, me sinto bem com ele, fico sem sono, escuto música alta no carro, guardo momentos simples como cantar contigo e nem reparo quando o sinal abriu. Como eu me sinto bem, e fico com a certeza de que eu nem te amo mesmo!
Essa é a parte que eu mais gosto, não é amor, não é paixão, não é amizade, mas é algo que me faz sentir que eu possa ser eu, que eu posso te brigar, que eu posso falar o que tiver vontade, que eu posso dizer besteira, que posso morder e que no final estaremos sempre rindo! Não fiz planos de encontrá-lo novamente, eu sempre acho que isso não acontecerá mais, aconteceu! Mas eu nem tenho vontade de vê-lo amanhã! Vai entender....